Ouvi há uns tempos no supermercado a dizerem a um rapaz que não deveria ter mais de 10 / 11 anos.
Fiquei a matutar naquela frase.
Pensei nas vezes em que eu própria terei caído nesse lugar comum.
A reflexão
A vida é feita de fases ligadas entre si. O crescimento – mais lento ou mais rápido – não deixa de ser contínuo. São criadas amarras no presente e para o futuro enquanto as do passado ainda estão a ser libertadas. Por vezes também acontece algumas amarras do passado ficarem anos a limitarem a progressão.
Eu entendo o sentido da frase: está a acontecer um comportamento “demasiado infantil para aquilo que seria “expectável” naquela fase. E isto não é muito diferente, na verdade, de dizer que a criança está “atrasada” porque já devia sentar, etc..
Isto tudo é realmente uma questão de gestão de expectativas pessoais.
Mas, no fundo, o que importa
Aquele tipo de comentários funciona?
O comportamento que o origina até poderá não ser repetido, não porque houve uma nova aprendizagem / evolução (largar uma amarra antiga, criar uma nova) mas sim porque há um constrangimento externo (não é suposto eu fazer isto). E isto significa amadurecimento? Não acredito porque não significa uma transição natural.
Aqui entre nós, quem não gosta de ter comportamentos “de criança” de vez em quando?
Se fossem “de adulto” estaríamos mais à vontade para os repetir mais vezes?
Quantas vezes evitam fazer algo só porque não é adequado à vossa idade? Como é que isso vos faz sentir?
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