Há uns anos amamentei a Pipoca – na altura com 2 anos – num evento social de um congresso.
Um médico belga viu-me e ficou surpreendido. Explicou que lá a amamentação não é tão comum quanto desejariam, muito menos a prolongada.
Contei-lhe que não estava, de todo, nos meus planos iniciais amamentar tanto tempo. Mas, sobretudo pelo historial clínico da Pipoca senti que era o melhor (e por vezes a única coisa) que podia fazer por ela. Tornou-se algo mesmo importante para nós. Para mim. E tantas vezes nos salvou.
A revelação
Ele falou-me do conceito de “father breastfeeding”. Promoviam-no e incentivavam-no no serviço onde trabalhava. Quase tanto como a amamentação em si.
Essencialmente consiste no papel que o pai tem durante a amamentação, enquanto parte dela. Naturalmente não se trata de dar leite, mas em tudo o que isso envolve: ir buscar o bebé, mudar a fralda (antes, depois, a meio), pôr a arrotar, deitar… Não se trata do pai apoiar a mãe para que esta descanse mais (não neste contexto). Trata-se sim do vínculo entre pai e bebé, que tantas vezes acaba por não ser tão fortalecido nesta altura, por existir de uma forma mais passiva.
Achei brilhante.
Pais: por favor envolvam-se, pesquisem sobre correções da pega, façam parte do momento, o máximo que puderem. O tempo voa!
Será mais cansativo? Sem dúvida, mas imensamente mais gratificante também.
Nota: curiosamente enquanto escrevia este texto o corrector sugeriu várias vezes substituir “father” por “mother”. Não, nenhum substitui o outro, antes complementam-se.

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